A Mulher de Branco
Autor: Wilkie Collins
Editora: Relógio D’ Água (2009)
Páginas: 478
Idioma: Português
Sinopse: Após o seu inquietante encontro com uma mulher vestida de branco, o jovem professor Walter Hartright viaja para Cumberland para dar aulas de desenho às irmãs Laura e Marian. Mas os agradáveis dias em Limmeridge House terminam com a chegada do noivo de Laura e a reaparição da misteriosa mulher de branco com as suas perturbadoras advertências.
Opinião:
(Antes de tudo mais: Wilkie Collins é um senhor e não uma senhora – aposto que não sabiam. ;D)
A Mulher de Branco começa com um singelo professor de desenho -Walter Hartright- a ir trabalhar para o Sr. Fairlie (possivelmente a personagem mais hipocondríaca na história da literatura), ele deverá instruir naquela arte as sobrinhas de Fairlie, duas irmãs inseparáveis: Marian e Laura; sendo Marian a irmã feia e espirituosa que faz uso do seu cérebro, e Laura a irmã bonita, sensível e tão…sem graça. Claro que Hartright (vai-se lá saber porquê *rolleyes*) apaixona-se pela segunda, mas Laura está noiva de um Sir com idade para ser seu pai, e o romance é impossível. E eu pensei logo, Yay! Um amor proibido! Vai ser tão divertido! Mas não foi, primeiro porque nem percebi como é que se acendeu a chama da paixão entre eles, se num parágrafo foram apresentados (Laura, este é o professor de desenho, professor de desenho, esta é a Laura *handshake*), no seguinte já ele a amava loucamente (what? What happened?…); e segundo porque SERIOUSLY, WHAT HAPPENED?!
Mas A Mulher de Branco não é uma história de amor, tem uma (eh…), no entanto o Sol não gira à sua volta, o que importa mesmo são os mistérios que envolvem a própria mulher de branco, Anne Catherick, que aparece e desaparece qual fantasma e deixa sempre o que tem de importante a dizer meio dito; o segredo do Sir Besta-Esposo-de-Laura também é um ponto muito inquietante; o carácter do próprio Conde Fosco (afinal ele é bom…é mau…); e por fim, o que irá acontecer às irmãs nas mãos destes dois, e como isto está ligado a Anne.
Ao contrário do que possa parecer eu abomino ter que ser má numa review, mas este livro foi tão, tão aborrecido que não há remédio, e a parte triste disto é que o conceito da história até é bom, a escrita também, tive alguns momentos de riso até às lágrimas (já alguma vez expliquei o quão fácil é fazer-me chorar de rir?) e sem dúvida que vários momentos de aflição -afinal isto é um romance gótico e como tal um dos seus objectivos é fazer os cabelinhos traseiros do pescoço do leitor se levantarem como se tivesse passado por eles uma rajada de vento frio-, mas aquele estilo entediosamente descritivo dando importância à mais pequena coisa/situação deu cabo da minha paciência…ora aqui vai uma quote a exemplo:
“Durante dez minutos ou mais, fiquei sentada, sem fazer nada, com uma pena na mão, pensando nos acontecimentos das últimas doze horas.”
Serei só eu a achar escusado ficar a saber que a personagem X sentou-se a pensar exactamente por não sei quantos minutos sobre os acontecimentos do dia? (E devo acrescentar que a personagem em questão nem conseguiu sequer escrever coisa alguma naquele momento, simplesmente voltou a fechar o diário.) Quer dizer…ler passagens inúteis deste tipo uma e outra vez é como ler um elaborado feitiço para adormecer.
Eu queria mesmo, mesmo ter gostado deste livro, e só eu sei o quanto o meu coração padece por fazer isto a um clássico Vitoriano, mas…é uma negativa. (*sigh*)
Classificação: 3/10
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